

Em 1969, o Brasil vivia um período de grande insegurança política, com um governo que reprimia qualquer forma de manifestação de ideias libertárias.
Foi nesse contexto que surgiram, em diversas cidades, iniciativas para criar espaços onde a comunicação não fosse cerceada e onde as crianças pudessem, por meio da decodificação de símbolos, experimentar novas formas de interação e vislumbrar uma sociedade mais participativa.
Esses espaços se materializaram nas escolinhas de arte, ambientes nos quais a educação alternativa podia privilegiar a livre expressão como forma de comunicação e de documentação da construção da personalidade infantil.
É nesse cenário que, em 1969, nasce a escolinha de artes O Pica-Pau, inicialmente instalada na Rua Chapot Presvot, no bairro Praia do Canto, em Vitória. No seu primeiro ano, a escola atendeu apenas crianças de dois e três anos, oferecendo um curso maternal, já que as escolas da região não contemplavam essa faixa etária.
Em 1970, a escolinha se transforma oficialmente em uma escola infantil com o mesmo projeto pedagógico e o mesmo compromisso com a livre expressão. Em 1975, foi criada a primeira turma de primeiro ano do primeiro grau (atualmente Ensino Fundamental), com as turmas subsequentes sendo gradualmente implementadas até o nível completo de ensino.
Em 1986, surge a Uirandê, inicialmente com o propósito de atender aos filhos bebês de mais de 30 professores das escolas Pica-Pau e Monteiro Lobato, abrindo logo depois suas portas para a comunidade, atendendo crianças de três meses a três anos.
Hoje, a Uirandê atende alunos de dez meses a cinco anos, em sua sede localizada na Avenida Rio Branco, 1806, Praia do Canto, Vitória, Espírito Santo. Sua proposta pedagógica, originada na escolinha de artes, busca constante atualização, apoiando-se nas teorias de Piaget e sua epistemologia genética, de Vigotsky e da interação social, bem como nas novas pesquisas da neurociência.
O currículo da escola utiliza as mais variadas formas de expressão infantil, estruturando-se para ouvir e atender às demandas da educação infantil, reconhecendo a criança como ser criativo, experimentador e produtor de cultura, vivenciando a etapa mais importante de seu desenvolvimento.




